Não sei porque vou falar nisso em plena sexta-feira, mas deve ter sido a coincidência de ter achado o que eu achei. Não sei também se consigo chegar até o final desse post sem chorar. Isso porque estou prestes a falar do meu maior medo: me tornar um mendigo.
Ah tá bom, todo mundo vive me dizendo que eu sou louco, para parar de pensar nisso, que isso nunca vai acontecer, mas de certa forma, é um medo que sempre está lá dentro do coração, ainda que soterrado por inumeros sentimentos bons ou ruins.
Não é só uma questão de me tornar muito pobre, mas o medo de me sentir tão à margem em que a humanidade dá espaço a animalidade. Hoje, sentimos dó do cãozinho que está na rua, mas incrivelmente, não das pessoas. E essa solidão forçada de certa forma me aterroriza.
Dando uma banda pela internet, sem querer (mesmo) acabei achando um site chamado The Invisible People TV (Pessoas Invisiveis). É uma página com histórias reais de várias pessoas nos EUA que se tornaram mendigos por razões diversas. O mais curioso é que se encontra de tudo, aliás encontra-se também todos os motivos que meus amigos e pessoas próximas me dão para o fato de que isso acontecer comigo é impossível, como "Você tem família", "Você nunca vai ficar pobre", "Você é inteligente e isso não acontecerá com você", mas todas essas questões passam por uma maior: "eu estou afim de lutar?".
E essas pessoas que aparecem no site são a prova viva de que mesmo tendo família, mesmo tendo dinheiro e mesmo tendo vontade de lutar, a inércia das circunstâncias pode ser muito maior do que elas imaginavam. Mães de família, estudantes, profissionais estáveis e loucos todos juntos no mesmo conjunto.
Vale muito a pena ler e assistir a alguns casos, como a de Carol que está nas ruas devido as dificuldade econômicas dos EUA. Ela passou de sua casa, para hoteis, para seu carro, e depois quando perdeu tudo juntamente com seu marido, para as ruas de Allentown. Eles nunca imaginaram que pudessem estar vivenciando essa experiência.
Carol from InvisiblePeople.tv on Vimeo.
Por outro lado, esse medo sempre me deixa com o pé no chão e não me faz deslumbrado com o pouco do mundo material que consegui e luto todos os dias para conseguir mais. Obvio que adoro as coisas boas da vida, mas quando penso nisso, vejo que não há nada mais importante do que as pessoas a nossa volta: com ou sem must-haves(rs), mas apenas a amizade, carinho e amor sincero.Um consolo pra tudo isso: eu não sou o único a sentir esse medo. Rodrigo Lombardi também assume o mesmo medo.
É uma pena que todos os animais sejam iguais, mas alguns sejam mais iguais do que os outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário